quarta-feira, 7 de abril de 2010

FOLCLORE BRASILEIRO:


História:

Até o século XVIII, a elite considerava as manifestações da cultura popular, fossem danças ou lendas, como produtos da fala de conhecimento e ignorância, mas a partir do século XIX, alguns estudiosos passaram a valorizar certas criações populares e a partir daí, o folclore se tornou universal, constituído pela literatura, pela música, pela dança e outras criações materiais.

No Brasil, o folclore ganhou bastante força devido à contribuição de quatro grandes fontes: a cultura negra, a cultura indígena, a cultura portuguesa e posteriormente, as diversas culturas trazidas pelos imigrantes, como por exemplo, a cultura japonesa.
Muitas dessas manifestações populares foram transmitidas principalmente por via oral e passadas de geração em geração.

As danças folclóricas brasileiras são fruto da união de três culturas – a indígena, a negra e a européia. Um dos elementos comuns entre as danças é o cortejo, originário das procissões jesuíticas e dos cortejos dos africanos.
Entre as principais danças folclóricas, podemos citar os pastoris (lapinha e pastoris), as cheganças (marujada ou fandango, chegança de mouros), os reisados (bumba-meu-boi ou boi-bumbá), o maracatu, a dança dos caboclinhos, o coco, o cateretê, a ciranda, a congada e as festas como a do Divino Espírito Santo, as festas juninas e o próprio carnaval.

Lendas:

As lendas são outra parte interessante do nosso folclore. Graças às lendas indígenas e africanas e também às fábulas, nosso folclore permanece vivo até hoje.
São tantas lendas espalhadas pelo país, que se torna uma tarefa impossível fazer uma lista com todas elas.

• Boitatá: Representada por uma cobra de fogo que protege as matas e os animais e tem a capacidade de perseguir e matar aqueles que desrespeitam a natureza. Acredita-se que este mito é de origem indígena e que seja um dos primeiros do folclore brasileiro. Foram encontrados relatos do boitatá em cartas do padre jesuíta José de Anchieta, em 1560. Na região nordeste, o boitatá é conhecido como “fogo que corre”.
• Boto: Acredita-se que a lenda do boto tenha surgido na região amazônica. Ele é representado por um homem jovem, bonito e charmoso que encanta mulheres em bailes e festas. Após a conquista, leva as jovens para a beira de um rio e as engravida. Antes de a madrugada chegar, ele mergulha nas águas do rio para transformar-se em um boto.
• Curupira: Assim como o boitatá, o curupira também é um protetor das matas e dos animais silvestres. Representado por um anão de cabelos compridos e com os pés virados para trás. Persegue e mata todos que desrespeitam a natureza. Quando alguém desaparece nas matas, muitos habitantes do interior acreditam que é obra do curupira.
• Iara: Encontramos na mitologia universal um personagem muito parecido com a mãe-d’água: a sereia. Este personagem tem o corpo metade de mulher e metade de peixe. Com seu canto atraente, consegue encantar os homens e levá-los para o fundo das águas.
• Lobisomem: Este mito aparece em várias regiões do mundo. Diz o mito que um homem foi atacado por um lobo numa noite de lua cheia e não morreu, porém desenvolveu a capacidade de transforma-se em lobo nas noites de lua cheia. Nestas noites, o lobisomem ataca todos aqueles que encontra pela frente. Somente um tiro de bala de prata em seu coração seria capaz de matá-lo.
• Mãe-de-ouro: Representada por uma bola de fogo que indica os locais onde se encontra jazidas de ouro. Também aparece em alguns mitos como sendo uma mulher luminosa que voa pelos ares. Em alguns locais do Brasil, toma a forma de uma mulher bonita que habita cavernas e após atrair homens casados, os faz largar suas famílias.
• Mula-sem-cabeça: Surgido na região interior, conta que uma mulher teve um romance com um padre. Como castigo, em todas as noites de quinta para sexta-feira é transformada num animal quadrúpede que galopa e salta sem parar, enquanto solta fogo pelas narinas.
• Pisadeira: É uma velha de chinelos que aparece nas madrugadas para pisar na barriga das pessoas, provocando a falta de ar. Dizem que costuma aparecer quando as pessoas vão dormir de estômago muito cheio.
• Saci Pererê: O saci-pererê é representado por um menino negro que tem apenas uma perna. Sempre com seu cachimbo e com um gorro vermelho que lhe dá poderes mágicos. Vive aprontando travessuras e se diverte muito com isso. Adora espantar cavalos, queimar comida e acordar pessoas com gargalhadas.

Músicas folclóricas:

No Brasil são inúmeras manifestações de música como as cantigas de roda e os jograis. De acordo com o folclorista Luís da Câmara Cascudo, a música folclórica brasileira se divide em nove áreas:
1. Amazônica;
2. Autos, principalmente em Alagoas e Sergipe (cheganças e fandangos), negra (congos e quilombos), ameríndia (caboclinhos e caiapós) ou cabocla (bumba-meu-boi);
3. Cantoria e sertão nordestino;
4. Coco, no litoral nordestino;
5. Fandango, no litoral dos estados do sul (chimarrita, anu e quero-mana);
6. Gaúcha, na região dos pampas (desafios, ou cantos às porfias);
7. Moda de viola, de São Paulo ao para o centro e sul do país;
8. Modinha, nos centros urbanos mais antigos (choro);
9. Samba, da zona agrícola da Bahia até São Paulo.

Como podemos ver, o folclore é responsável por diversas manifestações culturais do Brasil.

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